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quarta-feira, 1 de junho de 2011

PF prende três em esquema que pode ter desviado R$ 100 milhões


Belo Horizonte - A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) desmantelaram nesta quarta-feira um esquema de desvio de verbas federais para saúde e educação que funcionava em 14 municípios da região norte de Minas Gerais. A operação 1655 prendeu três integrantes do esquema e denunciou seis pessoas, entre funcionários públicos, secretários municipais e empresários. De acordo com a PF, o esquema fraudava licitações e teria causado um rombo de R$ 100 milhões aos cofres públicos.

De acordo com o delegado Marcelo Eduardo Freitas, os empresários se reuniam com laranjas e constituíam empresas fantasmas, que concorriam em licitações com conivência e participação de servidores municipais. "Em consequência, as empresas emitiam notas fiscais falsas e compravam equipamentos com até 86% de superfaturamento" afirmou o delegado. Um dos "sócios de fato" das empresas, Hélio Rodrigues Neves, que seria o responsável pela compra dos equipamentos, está entre os suspeitos presos.

As investigações começaram em novembro do ano passado. Até agora, segundo o delegado, "vasta documentação foi apreendida, como procedimentos licitatórios e notas fiscais, além de materiais e produtos que seriam destinados às prefeituras principalmente na área da saúde, como remédios, móveis, equipamentos de raio X, mesas cirúrgicas". Segundo Freitas, muitos produtos nem chegaram a ser distribuídos.

As empresas atuavam nos municípios de São João da Ponte, Salinas, Bocaiúva (prefeitura e Hospital Municipal Dr. Gil Alves), Montes Claros, Montalvânia, São João das Missões, Várzea da Palma, Itacarambi, Rio Pardo de Minas, Catuti, Miravânia, Matias Cardoso, Riacho dos Machados, Padre Carvalho e Glaucilândia.

Freitas disse também que muito material ainda será apreendido durante as investigações. Segundo ele, o problema de corrupção no norte do Estado é histórico. "A região norte de Minas historicamente tem sofrido com corrupção. As instituições como MPF e PF estão atuando em conjunto em combate a isso. Qualquer servidor que cometer alguma irregularidade será investigado. Não dá mais para aceitar passivamente", disse.

Os suspeitos detidos serão acusados de fraude processual, fraude em licitações, falsidade ideológica, formação de quadrilha e desvio e apropriação de recurso público.



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